Em meio ao caos provocado pela pandemia da Covid-19, que paralisou o mundo da música, Eduardo Urso, baixista e líder da banda Slammer falou em entrevista exclusiva ao SINNERS sobre o novo trabalho do trio (que tem Bruno na bateria e Zé Marcos, na guitarra) e sobre a divisão que acontece no mundo metal. Confira os principais trechos:
SINNERS – Desde o início da pandemia vimos shows e festivais serem adiados. Como o Slammer está fazendo nesse período. Criando, gravando?
URSO – Terminamos as gravações do nosso cd na última semana antes dos fechamentos de casas de shows e cancelamentos de datas, então focamos mais na conclusão do cd, na parte de mixagem e masterização, confecção de capa. Estamos também lançando um single pra início de agosto em forma de lyric vídeo.
SINNERS – A banda deve lançar um CD em breve, como está a evolução desse trabalho?
URSO – Será o nosso primeiro full legth, sairá por um grande selo nacional, com distribuição por toda a América Latina. Ainda não posso adiantar o nome do selo, mas posso garantir que é um dos maiores do Brasil especializado em Heavy Metal, a produção do CD está a cargo do renomado produtor o paraguaio Rolando Lopez, um dos mais requisitados da América do Sul. O CD está sendo finalizado no estúdio Las Palmeras, em Assunção.
SINNERS – Slammer era uma das atrações de um festival na Argentina, a banda tem buscado esse público nos países vizinhos também?
URSO – Sim, seríamos um dos headliners em um fest na Argentina na cidade de Eldorado, mas devido à pandemia ficou para o ano que vem. A banda tem muito retorno do público da América do Sul, foi algo que surgiu gradativamente, tocamos em Foz do Iguaçu e tinham muitos banners do Paraguai e Argentina e isso tomou uma proporção maior, um foi falando pro outro e hoje recebemos muitos convites pra tocar no Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia. Creio que é um terreno muito fértil para explorarmos, as plateias são incríveis, principalmente o público paraguaio.
SINNERS – Passamos um Dia Mundial do Rock em casa. Imaginou algum dia passar por essa experiência?
URSO – Nunca imaginei passar por isso, me sinto preso numa película do Apocalipse tipo Mad Max, kkkk!
SINNERS – Vemos no mundo metal uma polarização também política, como avalia o cenário atual, no Brasil e mundo? As bandas estão mostrando suas caras?
URSO – Realmente dividiu, tem o radicalismo dos dois lados. Falando por mim, já fui mais radical, hoje eu tento separar a obra do autor, mas claro tem limites, por exemplo eu não vou deixar de ouvir um Slayer porque o Tom Araya declarou que vota no Trump. Agora se artista que vem com discurso de ódio, nazi, homofóbico, machista aí eu não engulo, deixo de ouvir e não me dá nem saudades das músicas. A real é que muito medalhão principalmente da cena brasileira mostrou a cara simpatizante do fascismo.